quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sinceras Desculpas

Ontem, esperando para ser atendida pelo médico, estava eu, linda, bela e fofa, na recepção do consultório. Eis que chega uma mulher com uma criança no colo. Até este momento estava tudo de acordo, afinal de contas na clínica têm dois pediatras atendendo (inacreditável: Quem quer mexer com crianças?).
Mal a mulher passou pela porta e a menina em seus braços começou a fazer um escândalo gritando pelo pai, o qual muito provavelmente deve tê-la deixado lá e foi embora (porque durante as três horas que permaneci no consultório não vi sinal do pai).
Passa-se meia hora e a menina ainda gritando (ensurdecedoramente) pelo pai.
É importante lembrar que nunca rezei tanto para que uma criança perdesse a voz ou ficasse muda.
Mais meia hora e eu estava em outra sala de espera acompanhada por uma mãe e seu filhinho (quietinho brincando com seu brinquedo). E a menina, na recepção, ainda gritava.
Então, o filhinho da senhora, que estava na mesma sala que eu, olhou para mãe e reclamou dos gritos da menina da recepção.
A mãe, por sua vez, respondeu:
- Mas do que você está reclamando? Você nessa idade (e não faz muito tempo) fazia igual senão pior!
Assim, o menino olhou para mãe com dó / compaixão e disse sinceramente:
- Desculpa, mamãe por ter sido tão chato.
Achei admirável a ação daquele molequinho que (inútil em sua condição) admitiu seu erro.
Eu nunca fiz esse tipo de coisa: escândalos. Minha mãe sempre diz que eu era uma criança extremamente quieta.

Com freqüência eu ouço o Zé Roberto dizer que se arrepende das cintadas que meu avô dava e que não acertaram nele. Eu, sinceramente, me orgulho de ter conseguido me esquivar das cintadas, chineladas, frigideiras e cabos de vassouras que voavam (quase que na velocidade da luz) em minha direção.
Mas eu entendo o ponto de vista do Zé Roberto – é uma forma de dizer que se arrepende de não ter aprendido todas as lições que meu avô lhe ensinou.

Algumas pessoas aprendem com os erros alheios (me orgulho de ser uma delas), outras aprendem com as quedas, outras aprendem com belas chineladas e outras não aprendem nunca (pulam de palcos e quebram os calcanhares e ainda continuam a dar trabalho).