domingo, 22 de agosto de 2010

A auto negação

Você já mudou alguma coisa em você para agradar alguém? Não falo em "melhorias", mas sim em alterarações drásticas e visíveis, perda de certa identidade ou característica...
Eu, sem embasamento científico nenhum, acho que isso é pura insegurança. O famaso: Não confiar no próprio taco.
Eu gosto de chocar e provocar as pessas... quem me conhece um pouco melhor sabe que gosto de "testar" os outros. Logo, quando me disseram que gostavam de morenas, pintei os cabelos de vermelho/vinho/amora, se me dizem que gostam de natural, taco-lhe a chapinha e capricho na maquiagem, se me disserem que gostam da cidade eu exploro meu sotaque interiorano que só eu consigo... sabe porquê? Eu gosto da essência. Isso ninguém consegue alterar.
Quem quiser que faça o mesmo esforço que eu e enxergue o que tenho dentro de mim. Meu melhor.
Já ví Indaiatubana(o) (e com letra maiúscula porque é um orgulho ser daqui) com sotaque carioca ou de paulistano da Mooca falando "Orra, meo" sendo que nunca esteve no bairro. Já ví morena que jura que os cabelos cor de papel são loiros naturais. Já ví cachos ficarem lisos sem assumirem o milagre da tecnologia. E já ví pagodeiro virar emo e jurar que curte 'rock' desde pequeno.
Ah, mas não pense que sou imparcial e sou contra aquisições ou mudanças de gosto. Eu mesma que já curti Xuxa hoje agreguei Carcass à trilha sonora e deixei a Rainha dos Baixinhos para traz (haha! Péssima associação). Dos cabelos afro para lisos e chapados. E por aí vai.
Mas onde quero chegar é que sou contra a pessoa se 'mutilar' para agradar àlguem. Isso eu condeno. Quem é feliz escondendo a verdade? Acho que ninguém...
De qualquer forma, está aí meu recado! Não acredito na negação do ser para agradar ao próximo. Tudo bem que não sou exemplo a ser seguido... eu gosto de chocar. Logo, eu assumo ser extremista e nadar contra a maré. Mas aquelas pessoas que vivem no limite: felizes como são e agregando ao próximo me deixam orgulhosa. São pessoas resolvidas consigo mesmas e independentes pessoalmente um exemplo para mim (que espero um dia chgar à essa maturidade de personalidade).
Claro, que isso é a minha opinião a sua independe da minha.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Clang ,clang, clang went the trolley"

Estava eu, linda, bela e fofa, assistindo pela oitava ou décima vez na minha vida o filme Meet me in St Louis e com certeza cantando com a Judy Garland The Trolley Song. Sem sombra de dúvida sou apreciadora de filmes antigos (velharia mesmo) que quase ninguém da minha idade se interessa ou conhece.

Claro, na minha lista de favoritos:
E o vento levou
Mary Poppins
Meet me in St. Louis
A noviça Rebelde

... e mais uma pancada que não me recordo.

E o que todos eles têm em comum? Duas coisas que eu adoro de paixão: Inocência do ser humano e o Puro Romantismo.

Comecemos com a Inocência. Adoro filmes que exploram o ser como ele é, sem ser manipulado por doutrinas ou formado (para não dizer formatado) sob maldade. Um dos meus filmes atuais favoritos é Forrest Gump porque acredito na verdadeira essência de Forrest. Essa inocência e bondade (sem laços com Igreja ou qualquer outra forma manipuladora) me fazem bem. Gosto de ver isso nos filmes.

Gosto de ver que Mary Poppins consegue levar adultos ao mundo da fantasia sem precisar usar de álcool ou sexualidade. Ela simplesmente usa música. Eu acho que a música é um portal para divindade (mais uma vez, sem ligações com Igreja) do ser humano. Cantar, dançar, tocar algum instrumento é subir um degrau na escala da perfeição descrita por Platão.

E finalmente, o Romance. Não! Não me venha com essas de pétalas de rosas no chão, jantar à luz de velas ou serenatas! Não é esse romantismo piegas, mela-cueca, tradicional e defamado pelo mainstream. Eu falo no romantismo puro. Onde há o respeito em cortejar a donzela e a mesma passar horas e horas pensando no rapaz. No encontro de olhares que falam mais que mil e uma palavras. No primeiro beijo... Ai, Ai... Dá até vontade de me apaixonar de novo por alguém novo.

É esse romantismo que eu admiro... mas eu nasci na época errada. Que triste... nunca poderei usar um vestido como o de Scarlett O'Hara (a não ser que seja festa à fantasia - e mesmo assim teria que explicar para todo mundo quem sou eu), dançar num salão de festa dos anos 20, ser cortejada ou passar por todas essas fases do romantismo antigo.

Hoje, tudo isso morreu.
Foi-se embora com a vulgaridade, com o feminismo que, infelizmente, fora mal-interpretado por umas, duas ou três aí e acabou virando sexualismo e com a modernidade. Tudo perdeu os detalhes e requintes.
Dos livros às grandes contruções. Sonetos bem elaborados deram lugares à livros escritos por surfistinhas semi-alfabetizadas, móveis de mógno com detalhes à mão deram lugar às produções em massa quadriculadas e sem detalhes e por fim grandes construções como o centro antigo de São Paulo deram lugar à prédios arquitetados para causar confusão em nossas mentes com tantas pontas e retas, sem desenho, sentido ou direção.

Eu trabalho com tecnologia, eu sei! Devo me manter atualizada com o mundo e suas atualizações. Mas acredito que é possível evoluir sem perder a beleza.
Eu, Gabriela Augusto Marcondes, acho o moderno feio. Moda está horrível, carros são feios, casas são horrendas e não tenho mais adjetivos para variar nos sinônimos de "feio", caso contrário continuaria a lista.

Só acho que belo deu lugar ao "mais fácil de fazer" deixando de lado o talento e sim passando à cópia sem retoques.

E assim, infelizmente a Beleza, Inocência e Puro Romantismo foram embora...

"Clang ,clang, clang went the trolley
Ding, ding, ding went the bell"



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Auf Wiedersehen

... e eu que passei uma semana toda na Europa? Acredita? Com essa vidinha medíocre que levo passei uma semana toda curtindo metal e enjoando de ver cabeludos bonitos.
Pois é. Fui ao Wacken Open Air. Mas antes de chegar ao Wacken realizei um sonho... e quem não tem sonhos de conhecer um lugar ou um monumento? Então, antes de realizar meu sonho de por ambos os pés na Alemanha ainda ganhei um presente: ver com esses olhos (que a terra há de comer) a Catedral de Notre Dame.
Se eu fosse mais frágil choraria porque ela é linda. Acredito que não peguei mais repulsa pela França graças à beleza da Catedral. Venhamos e convenhamos: oh, povinho arrogante e esnobe, hein? Tomei um banho de água fria na França pensando que seria bem tratada.
Cheguei na Alemanha já preparada para um comportamento hostil e eis que sou surpreendida com um povo amável e educado. Que coisa. Ainda bem que minha mãe me disse antes de sair de viagem: Viajar é cultura.
Descobri tantas coisas interessantes, pessoas legais e fatos chocantes. Aprendi que pudor e vergonha são coisas da nossa cabeça (nossa = brasileiros e brasileiras), confirmei que odeio acampar e acho que sou a única brasileira que vai solteira para Alemanha e não tira uma lasquinha de um Alemão.
Gente, é impossível a quantidade de gente que veio me falar (antes de depois da minha viagem) de casos de alemães que se casaram com brasileiras depois que as moçoilas brasucas pisaram no país germânico.
Só pode ser algo de errado comigo. Mas dane-se! Procuro o meu defeito depois... mais importante que isso foi que ví minhas bandas favoritas no mesmo evento. E quem se importa se eu era única "louca" agitando enquanto os alemães ficaram parados? Oras, eles assistem aos shows dessas bandas com mais freqüência que eu. E eu não sou de ficar parada mesmo.

Mas mudando um pouco de assunto, uma coisa que me chamou muitíssimo a atenção foi a maneira como eles mantêm relações com outras pessoas. Seria bem no esquema "cada um no seu quadrado".
É, do tipo, moçoilas de biquini desfilando pelo evento sem que nenhum rapaz chegasse nelas com aqueles xavecos furados ou ficasse babando e comendo-as com os olhos. Banho comunitário onde várias pessoas do mesmo sexo juntas sem que uma note a outra.
Eu morri de vergonha!!! Foi a pior parte depois de dormir no chão duro da barraca com uma fina camada de saco de dormir para amortecer.
Mas pergunte-me se vi algum casal "dando uns pegas"? Não, no máximo um selinho bem tímido com direito a olhadinha para os lados para ver se alguém viu ou reparou.
Esse pudor diferente do nosso me deixou espantada. Mas não para julgar e sim para aprender.

Adoro aprender! E voltei para casa trazendo (além de uma gripe franco-germânica) uma bagagem cultural mais extendida.

Claro que nem curti tomar banho com um bando de polaca junto... mas saber que para elas eu era "apenas uma moça tomando banho no chuveiro ao lado e nada mais" foi muito interessante. Aqui, a coisa seria diferente.


Finalmente em casa, dormida, quase curada e com as malas desfeitas. Fico rezando para que o euro se mantenha assim até ano que vem para que eu possa ir novamente e curtir horrores como curti esse ano.

Claro que vou mais experiente e com novas coisas para descobrir, mas a curiosidade ainda falará mais alto.

Para que tiver a chance de ir para fora: Vá! Seja para fora do país, da região, da cidade ou de casa! Aprender com os outros nem sempre traz boas lembranças (olha quem fala: meu ex-namorado estava há duas fileiras de mim no vôo de volta para o Brasil) mas com certeza deixa ensinamentos eternos!

Aqui jaz as palavras de uma pessoa que ainda está em estado de graça com as novidades. E mesmo tendo mala extraviada na ida (ihhh, não te contei? Foi uma desgraça! Mas no fim tudo deu certo!), acampado (horrível), banho coletivo e zerado com os alemães, estou feliz e contente! Que ano que vem seja melhor (sem mala extraviada e zero a zero)!

domingo, 1 de agosto de 2010

A História se recicla

Estava eu, linda, bela e fofa, trocando uns scraps com um amigo sobre MC Hammer e veio à tona o assunto das calças do cantor que hoje voltaram à moda.
É interessante como as pessoas ainda não estão habituadas a reciclar seus lixos e materais, mas fazem uso da reciclagem com tanta freqüência. O que antes era calça de rapper MC Hammer (Hammer Time!) hoje é vestimenta das mocinhas mais badaladas. E toda patricinha on trandy que se preze tem pelo menos um modelo dessas calças no guarda-roupa.
Eu, particularmente, não trocaria minhas calças jeans por uma calça dessas cujo cavalo alcança meus joelhos. Acho que a sensação de ar circulando entre minhas coxas não me agrada a não ser que eu esteja de saia ou vestido.
Mas empreendora que sou, já pensei que daqui há uns anos, quando essas calças sairem dos guarda-roupas das moçoilas, eu poderia ganhar dinheiro lançando-as no mercado de pessoas com incontinência urinária. Ué, com tudo aquilo de pano sobrando ninguém iria perceber uma fralda no meio.
Ok, brincadeiras à parte o que eu falo é mais que verdade! A moda sempre sempre sempre se recicla. Ela nem se reinventa, como muitos dizem! Eu acredito que ela se recicla porque o que não serve mais para um determinado grupo de pessoas (MC Hammers da vida) hoje passam a ser parte do guarda-roupa de lindinhas do mundo da moda.
Quer outro palpite? Estava eu, linda, bela e fofa, andando pelo shopping de Campinas essa semana quando vejo calças hiper-master-mega coloriadas nos manequins mais caros das lojas femininas.
Agora, se voltarmos para trás veríamos que nos anos noventa a moda masculina era definida por cabelos altos e calças coloridas (mas muito coloridas, algumas chegando ao ridículo). O tiozão Vanilla Ice que o diga. E lá vai você ao shopping e se depara com um modelito igual que em algumas semanas fará parte do guarda das moçoilas on trandy.
Isso me faz pensar em duas coisas:
01 - Os rappers são realmente criadores de moda! (Hammer Time!)
02 - As seguidoras de moda não fazem a mínima idéia que seguem a moda dos caras que, muitas vezes, elas abominam. Não é a toa que o filme "As Patricinhas de Beverly Hills" chama-se "Clueless" em Inglês.

Uma última dúvida que fica: Será que elas sabem que a meia-calça era vestimenta na época medieval e não tinha nada a ver com moda?

Falou e disse a maior consultora de moda cujas vestimentas se restingrem às cores preto, cinza e vermelho escuro! Mas eu é que gosto de cutucar os outros e adoro História!