sábado, 10 de março de 2012

E agora, José?


Percebemos que nossa história está se acabando quando nossos avós fecham os olhos e a casa deles não passa de uma vaga lembrança de infância.
Casa esta que era regada de plantas, cheirava amora, Yakult e naftalina. Aonde eu me abrigava da escola, dos pais e onde eu era e podia tudo.
Voltava para casa cinco quilos mais gorda, mimada, emburrada e feliz porque a única regra na casa dos avó era diverti-se.
Hoje, infelizmente, essa história chega ao fim. Da casa cheirosa, do macarrão doce e do pé amora só me restava meu avô. Ele que era único elo que eu tinha com minha amada avó.
Hoje, José Sotero da Silva fechou os olhos para encontrar-se com minha avó – ou não. Ele magoou muita gente durante os mais de oitenta anos de vida.
Com ele partem minhas lembranças, pedacinho da vó Vilma e minha infância.
Vão embora as voltinhas no taxi dele, as cantorias no quintal, as miçangas que eu fazia com minha avó e dormir com a camisola da Tataravó.
Espero que ele tenha encontrado paz nas últimas horas de vidas.
Espero que eu nunca me esqueça desses melhores momentos que eu tive na Casa dos Avós.
E agora, José?