sábado, 9 de junho de 2012

Guia quatro Patas do Estado de São Paulo


Ser nascida em cidade do interior não tem nada de diferente das pessoas que nasceram nas grandes cidades e moram no interior.
Na verdade, não difere em nada. Porém, muitas vezes ouço coisas como “caipira” ou “pateta” e penso “Mas, eu estou na minha terra! Você que está aqui.”
Mas ontem passei por uma que me fez voltar para casa orgulhosa.
 Estava eu, linda, bela e fofa, na fila da lanchonete da empresa, quando algumas florzinhas chegaram e pararam atrás de mim.
A princípio a conversa era como a flor-rainha tinha passado os últimos dias em sei lá aonde. Pelo jeito que ela falava parecia que tinha sido a viagem da sua vida.
Aparentemente ela e o vead... digo, namorado, tiveram super aventuras por algumas cidades do interior paulista. Ela puxando carroç... digo, passou de carro por cidades bem menores que a minha nas quais a rodoviária é na praça da Igreja (já passei por essa) ou que o point é ficar na praça matriz conversando e flertando. Até que chegou ao seu destino que era bem longe. Ela parecia saber tanto das cidades que certeza que iria escrever um “Guia Quatro Patas” para suas amigas poderem acompanhar.
Estava tudo bem, elas dando risada, se achando gente... até que me incluíram na conversa:
Elas: Né, Gabi?
Eu: O que?
Elas: É estranho crescer no meio do mato, né?
* A princípio achei que fosse alguma alusão a mim e não à Indaiatuba *
Eu: Como é que é?
Elas: É... Indaiatuba. Interior. Não tem nada para fazer lá.
* Ia responder algo mal educado, até que tive uma ideia*
Eu: Ah, normal. Cresci normalmente. Mas acho que deve ser do mesmo jeito que vir de onde você vem. Do Rio, né?
Elas: Mas eu não sou do Rio.
* Agora me divertindo *
Eu: Lago, Lagoa, sei lá.
Elas: Ah! Você confundiu com Lagoa, um bairro de Campinas, não moro lá. Eu sou de São Paulo
Eu: Jurava que você é do Rio.
* Elas com Sorrisos de quem está satisfeito*
Elas: Nossa. Sério? Porque?
Eu: Ah. Até aonde sei, Rio é de onde vêm as piranhas.

Eu tive que me virar para frente para rir e esperava que a moça gritasse “Próximo” logo para eu ser atendida. Mas não, ainda fiquei um bom tempo na fila ouvindo “Ridícula”, “caipira”, “ridícula” (percebe-se que a criatividade não é o forte), “ela vai ver só”...

Enfim, voltei para casa, para trabalhar mais, e ainda dar risada disso.

Espero mesmo que elas leiam meu Blog!