domingo, 27 de fevereiro de 2011

Queimadoras de Sutiã

Às mulheres que saíram nas ruas, queimaram seus sutiãs em busca de igualdade dos sexos e àquelas que lutaram pelo direito de voto eu sou eternamente grata.

Se hoje posso trabalhar direito, votar em quem escolher e sair na rua com um par de calças jeans é graça a elas.

Mas cadê essas mulheres hoje?

A luta acabou aí para elas. Quando? Depois que se casaram.

Após o casório, além de queiram seus sutiãs queimaram seus RGs (hoje são Sras. Esposa de Fulano), queimaram suas carteiras de trabalho (e hoje escrevem “Do lar” no campo profissão) e queimaram seus diplomas (para hoje queimaram as barrigas no ferro e as esfriarem no tanque de lavar).

Volto a dizer que essa é minha opinião. Se você for contra, sinta-se à vontade para responder (educadamente, claro).

Claro que muitas deixaram seus empregos para construir suas vidas em família, se dedicar aos filhos e à casa. Não se arrependem porque realizaram o sonho de serem mães, esposas e donas de casa (típico American Dream).

Porém, nem todas deram essa pausa por vontade, mas por obrigação (exigência dos maridos, inabilidade de conciliar emprego e filhos e etc). Mas e quando elas querem voltar ao mercado?

Muitas não voltam porque seus maridos não deixam. Se quiser gerir alguma coisa, que seja o jantar e não um escritório.

E por fim, acabam infelizes e sendo sustentadas pelos maridos.

Mas porque não põem um fim nisso? E a coragem para começar do zero vem de onde? Medo de ficar sozinha? Taxação do povo (porque o povo fala) e por fim, mas nem por isso menos importante, a cômoda submissão ao marido.

De que adiantou sair nas ruas com faixas? Queimar sutiã para quê (aposto que no dia seguinte todas foram para o trabalho ou escola com ‘farol aceso’. Hahahah)?

Não sei se agradeço minha mãe pelo sacrifício que ela fez para poder me criar ou se peço desculpas pela renúncia que ela fez da vida dela.

E claro que há milhares de jovens e jovens adultos como eu com esse mesmo sentimento.

Até parece que faria diferença alguma... Acabou para elas.

E vendo esse exemplo tão nítido na minha vida que eu penso (temo, pois não sabemos o dia de amanhã) que não serei assim. Não quero que me mutilem ou me tornem dependente, submissa ou fraca perante o mundo e o mercado.

Se tem uma coisa que eu aprendi, e muito foi dizer Não.

Não, Obrigada! (Agradeço à minha mãe pela educação e pelo exemplo)

Um comentário:

  1. Casaremos. Terá pagode e axé. Teremos uma penca de filhos. Você vai trocar o laptop pelo fogão.
    Quando chegar, quero a comidinha pronta e as crianças pedindo benção.
    Ah...como a vida será boa com tu, minha veia.

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