Eu comecei 2012 de uma forma diferente do que estava
seguindo de 2010 e 2011. Comecei o ano servindo de pilar para uma pessoa que
havia passado por um grande baque emocional. Pessoa que viu seus melhores
amigos agirem de forma egoísta enquanto ela, a pessoa, lutava bravamente para se
reerguer do susto. Fiquei muito próxima dessa pessoa e “arrastava-a” comigo a
todos os lugares que eu ia. Deixei de sair com alguns rapazes aí para fazer-lhe
companhia e confidenciei e fui confidente dos momentos mais difíceis de nossas
vidas.
Infelizmente, depois que o sorriso (verdadeiro) voltou às
faces dessa pessoa, comecei a notar certa diferença em como eu era tratada e,
cansada de grosserias e atitudes maldosas, eu me afastei um pouco para voltar à
minha vida.
Não me arrependo de ter cedido meu tempo, aberto meus
braços e coração para acolher uma pessoa em necessidade. E não faria diferente
se soubesse que os resultados seriam esses mesmo. Na verdade, eu já previa que
seria assim, e apenas subestimei meus pressentimentos.
Mas o motivo por esse post
é porque essa semana eu estava almoçando com um amigo que fez a seguinte
observação a meu respeito “Você é a pessoa mais difícil com quem eu tive que
aprender a lidar até hoje”.
Pois é... E sabendo disso não fiquei brava com ele. Eu realmente
sou uma pessoa extremamente difícil de lidar. É fácil admitir que sou a melhor
amiga dos meus melhores amigos, melhor conselheira nas horas difíceis e o
melhor abraço quando precisam. Mas também sei que eu sou binária. Aonde 0 e 1
regem as minhas atitudes. Nunca gostei do ‘talvez’ e, embora tenha sido difícil
lidar com ele sempre, eu ainda prefiro (e às vezes forço) o ‘sim’ ou ‘não’. Nunca fingi gostar de algo para agradar aos
outros, não consigo fingir que gosto das pessoas para que eu seja aceita num
grupinho e não tenho problema nenhum em ficar sozinha em casa ou ir a algum
lugar sozinha porque não tenho companhia.
Eu entendo que as pessoas têm necessidades de serem
aceitas em grupos e que precisam da aprovação dos membros do grupo para fazer
parte dele. Mas eu acho que não pertenço a nenhum grupo. Não pertenço a um
coletivo. E ainda admiro algumas pessoas (algumas mesmo, não todas) que têm a
capacidade de fazer malabarismo com suas personalidades para estar presente em
diversos grupos (não estou chamando essas pessoas de falsas, longe disso –
estou me referindo às pessoas que têm a força de vontade e sangue de barata de
atuar certas coisas para pertencerem e desfrutarem e se privilegiarem e benefícios do convívio em grupo).
Não é participando da sua festinha de aniversário,
churrasco ou almoço que me fará sua amiga. É o quanto estamos, você e eu,
dispostos a nos aturar enquanto estivermos um perto do outro. Poucas pessoas
conseguem me aturar e eu menos ainda.
Dito isso, eu venho ressaltar que apenas poucas pessoas
têm torcido pelas minhas vitórias. E por se tratarem de um grupo bem restrito,
também restringi apenas à essas pessoas o direito de saberem os próximos passos
da minha vida. Minhas próximas jornadas e minhas loucuras (não se pode ser
psicóloga sem diploma em tempo integral, às vezes é preciso estar do outro lado
da sala).
E você, caro leitor, pergunta-se o que primeiro trecho
desse post tem a ver com o fato de eu
ser uma pessoa difícil de se lidar? Simples: Embora eu seja uma “casquinha de
ferida” nunca passei por cima dos sentimentos de ninguém para sobrepor os meus.
Sou humana e por isso também sinto, gosto, também sofro e também adoro. Comecei
2012 com um senhor baque. Você ficou sabendo? Pois é... ninguém soube. E sem
ajuda de ninguém eu me superei. Acho que todos deveriam ser como eu? De jeito
nenhum, é extremamente doloroso não conseguir se abrir para alguém e ter que se
superar sozinho. Considero demais aquelas que conseguem expor tudo o que
sentem, exteriorizam suas dores em lágrimas e que, em momentos de raiva, odeiam
tudo e todos para que depois possam reparar seus erros e filtrar quem entra e
quem sai dos seus corações.
Boa Semana, caro leitor.
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