quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ex-Bom é Ex-Morto!

Ah, vá me dizer que nunca pensou em matar seu/sua 'ex' só para se livrar do passado? Seria muito mais fácil do que reencontrá-lo(a) na rua/shopping/cinema e ainda por cima com a/o atual "você". Não que o sentimento de "ah, quero ele(a) de volta" faça diferença. Acredite, você não quer e não tem que querer! Mas são as más recordações que ele(a) traz que te fazem mal e dão aquela vontade imensa de pular no pescoço da pessoa a arrancar as tripas dele(a) pelos ouvidos!
Já dizia meu sábio avô "Um corda quando arrebenta pode ser remendada, mas o remendo sempre estará visível" e uma colega de serviço já disse "Figurinha repetida não completa álbum". Ah, eu adoro e sigo essas frases. Se não deu certo uma vez não tem porque dar certo de novo. Afinal de contas "A fila anda".
Bem, eu tenho instinto meio psicopata, acho que a morte resolveria muitas coisas na minha vida. É sério, acho que se pudesse me safar mataria tanta gente (pronto! Logo ouvirão de mim nos noticiários "Blogueria Serial Killer espalha terror").
Mas eu lembro quando estava com meu ex-namorado e a ex-namorada dele (quem não foi muito boa com o rapaz e deixou a baixa estima dele no negativo) aparecia eu apenas pensava "Porque essa vaca não morre?". Hoje se eu encontrar essa "vaca" na rua penso "Pobre vaca, teve que aturar aquele bosta por tanto tempo". Ela fez muito mal para ele: chifrou, mentiu, enganou e etc. Mas hoje, não sinto raiva dela. Sinto como se tivesse sido vingada antes de precisar. Eu mesma não seria capaz de chifrar, enganar ou mentir (covarde? Acho que não. Não acho certo).
Agora, se meu ex (principalmente o último) aparece ou tenta alguma coisa como 'contato' eu penso "Morfético, morre!". Puxa vida, queria que ele nunca tivesse existido na minha vida. Mas minha amiga tem um ponto importante em desefa do morfético: Lessons Learned. O tempo que passei com ele foi "bom" para eu aprender. Hoje não sou mais besta. E nenhum homem me faz de gato e sapato ou de tonta como o morfético me fez (Sim, caro[a] leitor[a] eu já fui daquelas mocinhas inocentes e apaixonadas que doavam o sangue, dia, feriado e família para estar ao lado de um cara que não valia nada disso).
Pois aprendi minha lição na prática.
Eu sempre fui fria, calculista, maquiavélica e maldosa. Não nego, não sou flor que se cheire. Mas hoje, eu assusto e intimido os homens. Isso é mau? Claro que é! Mas é minha defesa... e a minha arma número um é o sarcasmo. Acho que saí tão ferida desse último relacionamento que estou solteira até hoje por medo do que eu possa fazer com qualquer pobre coitado que queira um relacionamento sério comigo.
Eu não fui chifrada (pelo menos não sei se fui) ou enganada, sacaneada e coisas assim... mas são as pequenas coisas que fazem a diferença. Ou melhor, as indiferenças que fazem os detalhes. Não acho que ninguém deveria negar a sí próprio pelo outro. Que coisa! É falta de amor próprio! E eu sofri disso!! Eu cheguei ao ponto de perder o respeito por mim e minhas atividades e rotinas para atender às necessidades e rotinas dele. Logo eu? Pior de tudo era eu saber que estava errada e ainda continuar com ele sabendo o quão infeliz eu estava me tornando.
Juro que se pudesse mataria o morfético e aplicaria o milagre da ressurreição mais umas cinco vezes para matá-lo de novo e me vingar!
Mas não posso fazer isso na vida real (embora já tenha sonhado várias vezes que o arrebentei com tacos de beisebol, esfaquiei, dei tiros como o Exterminador do Futuro...) então, matei um pedaço do meu coração no lugar de matá-lo. Você, morfético, me deve uma! Agradeça por estar vivo, gordo e careca (Ooops! Escapou).
E eu sei que você que está lendo tudo isso também deve ter um pedaço do seu coração morto, aquele pedaço onde a doce inocência, total devoção e admiração pelo outro(a) estavam guardados. Hoje, mesmo que você esteja no melhor relacionamento do mundo (e espero que esteja - sempre torço para as pessoas encontrarem suas peças no quebra-cabeça amoroso) ainda assim sente aquele ressentimento do passado. Aquele vaziozinho porque alguém "partiu seu coração".
A cura, acredito que não exista... e não sou psicóloga ou psiquiatra para saber de verdade, mas acho que podemos mascarar aquela feriada que um dia vai se fechar (mas a cicatriz é eterna) e seguir em frente. Então, para não cometer um homicídio nós cometemos um "orgãocídio" e deixamos um pedacinho dos nosso corações apagado e esquecido para que a vida siga em frente e possamos tomar o fôlego de seguir adiante com a cabeça em pé e peito aberto para outro(a) pessoa que queria te fazer bem.
O tratamento para isso? Bem, meu tratamento para "orgãocídio" (processo que leva tempos [já ví gente que leva anos para isso, e acho que pelo fato de ser fria levei exatamente quatro dias]) são as coisas que me fazem bem: minha mãe e conversas hilárias com ela, meus amigos retardados enchendo a cara no bar e tirando fotos horríveis, meus amigos de Pira que fazem uma lavagem do bem na minha alma com tanta palhaçada e álcool, meu trabalho que me mantem ocupada e faz com que me sinta viva e meus livros onde eu viajo mais que o autor(a) e vou para outros mundos onde posso ser quem eu quiser (Com licença, mas sou do signo de Peixes! Viajar é comigo mesma) bem além de Passárgada! Com certeza deixo Manuel Bandeira e seu "vou-me embora para Passárgada" há milhas de distância para onde eu vou. E só volto quando estou curada.
Decepções eu já tive várias... com pai, parentes, amigos e colegas. Mas decepções amorosas apenas uma (e espero que seja a única e última). Sou orgulhosa demais. Embora eu saiba que nunca mais serei submissa que cancela a vida por outra pessoa tenho medo do que estar por vir e tenho medo de como posso ser. Já fiz um ou dois experimentos por aí e (Meu Deus) como me tornei um monstro.

Os meus quatro dias de "orgãocídio" foram horríveis e até hoje eu tenho medo de sentir o que senti. Hoje eu sei que estou curada mas não estou pronta para preencher meu coração com outra pessoa. Não até eu aprender a balancear meus sentimentos sem ferir outra pessoa por medo de ser feriada novamente.

Aos que já tem seu quebra-cabeça completo desejo muito amor e respeito. E aos que têm aqueles quebra-cabeças tortos eu peço paciência. Às vezes faz bem olhar o relacionamento de fora da caixa.

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