sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Clang ,clang, clang went the trolley"

Estava eu, linda, bela e fofa, assistindo pela oitava ou décima vez na minha vida o filme Meet me in St Louis e com certeza cantando com a Judy Garland The Trolley Song. Sem sombra de dúvida sou apreciadora de filmes antigos (velharia mesmo) que quase ninguém da minha idade se interessa ou conhece.

Claro, na minha lista de favoritos:
E o vento levou
Mary Poppins
Meet me in St. Louis
A noviça Rebelde

... e mais uma pancada que não me recordo.

E o que todos eles têm em comum? Duas coisas que eu adoro de paixão: Inocência do ser humano e o Puro Romantismo.

Comecemos com a Inocência. Adoro filmes que exploram o ser como ele é, sem ser manipulado por doutrinas ou formado (para não dizer formatado) sob maldade. Um dos meus filmes atuais favoritos é Forrest Gump porque acredito na verdadeira essência de Forrest. Essa inocência e bondade (sem laços com Igreja ou qualquer outra forma manipuladora) me fazem bem. Gosto de ver isso nos filmes.

Gosto de ver que Mary Poppins consegue levar adultos ao mundo da fantasia sem precisar usar de álcool ou sexualidade. Ela simplesmente usa música. Eu acho que a música é um portal para divindade (mais uma vez, sem ligações com Igreja) do ser humano. Cantar, dançar, tocar algum instrumento é subir um degrau na escala da perfeição descrita por Platão.

E finalmente, o Romance. Não! Não me venha com essas de pétalas de rosas no chão, jantar à luz de velas ou serenatas! Não é esse romantismo piegas, mela-cueca, tradicional e defamado pelo mainstream. Eu falo no romantismo puro. Onde há o respeito em cortejar a donzela e a mesma passar horas e horas pensando no rapaz. No encontro de olhares que falam mais que mil e uma palavras. No primeiro beijo... Ai, Ai... Dá até vontade de me apaixonar de novo por alguém novo.

É esse romantismo que eu admiro... mas eu nasci na época errada. Que triste... nunca poderei usar um vestido como o de Scarlett O'Hara (a não ser que seja festa à fantasia - e mesmo assim teria que explicar para todo mundo quem sou eu), dançar num salão de festa dos anos 20, ser cortejada ou passar por todas essas fases do romantismo antigo.

Hoje, tudo isso morreu.
Foi-se embora com a vulgaridade, com o feminismo que, infelizmente, fora mal-interpretado por umas, duas ou três aí e acabou virando sexualismo e com a modernidade. Tudo perdeu os detalhes e requintes.
Dos livros às grandes contruções. Sonetos bem elaborados deram lugares à livros escritos por surfistinhas semi-alfabetizadas, móveis de mógno com detalhes à mão deram lugar às produções em massa quadriculadas e sem detalhes e por fim grandes construções como o centro antigo de São Paulo deram lugar à prédios arquitetados para causar confusão em nossas mentes com tantas pontas e retas, sem desenho, sentido ou direção.

Eu trabalho com tecnologia, eu sei! Devo me manter atualizada com o mundo e suas atualizações. Mas acredito que é possível evoluir sem perder a beleza.
Eu, Gabriela Augusto Marcondes, acho o moderno feio. Moda está horrível, carros são feios, casas são horrendas e não tenho mais adjetivos para variar nos sinônimos de "feio", caso contrário continuaria a lista.

Só acho que belo deu lugar ao "mais fácil de fazer" deixando de lado o talento e sim passando à cópia sem retoques.

E assim, infelizmente a Beleza, Inocência e Puro Romantismo foram embora...

"Clang ,clang, clang went the trolley
Ding, ding, ding went the bell"



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